FIAT PULSE e FASTBACK HYBRID | Como funciona o sistema HÍBRIDO LEVE da Fiat | Já está dando DEFEITO?
- Paulo Silva
- 19 de fev.
- 4 min de leitura
Atualizado: há 4 dias

Os modelos Fiat Pulse e Fastback Hybrid incorporam um sistema híbrido leve de 12 volts, conhecido como Belt Starter Generator (BSG), que aprimora a eficiência energética e o desempenho. Este sistema substitui o alternador e o motor de partida convencionais por um motor elétrico multifuncional conectado ao virabrequim por meio da correia de acessórios. Essa configuração permite partidas mais suaves e uma operação quase imperceptível do sistema start-stop, melhorando a experiência de condução.
A energia elétrica é armazenada em uma bateria de íons de lítio de 12 volts e 11 Ah (152 Wh), posicionada sob o banco do motorista. Durante desacelerações e frenagens, o sistema recupera energia cinética, convertendo-a em energia elétrica para recarregar essa bateria. Estima-se que até 25% da energia cinética dissipada nas frenagens possa ser recuperada em condições ideais, resultando em uma redução entre 6 e 22% no consumo de combustível, e até de 15% nas emissões, de acordo com a Stellantis.

Com esse números, muito provavelmente, essa tecnologia será ainda mais comum nos veículos do grupo de agora em diante, uma vez que o Proconve entrará na sua fase L8 em 2027, mais exigente, e que provavelmente vai aposentar vários modelos equipados com motores apenas à combustão.
Embora o motor elétrico de 3 kW (4 cv) de potência e 10 Nm (1 kgfm) de torque não seja capaz de mover o veículo sozinho, ele auxilia o motor a combustão em situações como arrancadas e subidas, fornecendo torque adicional em baixas rotações. Essa assistência atua entre os 1.500 e 3.500 rpm e abaixo dos 80 km/h, contribuindo para uma redução no consumo de combustível, especialmente em ambientes urbanos ou rodoviários de baixa velocidade.
O sistema híbrido leve também aprimora o funcionamento do start-stop, desligando o motor à combustão em paradas temporárias e religando-o de forma quase imperceptível ao liberar o pedal do freio. Vale notar também que o ar condicionado foi redimensionado para se manter funcionamento por mais tempo, com o motor desligado, o que ajuda no conforto térmico durante o trânsito intenso. A bateria de lítio de 11 Ah também pode fornecer energia para manter carregada a bateria de chumbo de 68 Ah, no cofre do motor.

Em termos de desempenho, o motor 1.0 GSE T200 turbo flex de três cilindros mantém sua potência máxima de 125 cv com gasolina e 130 cv com etanol a 5.750 rpm, entregando um torque de 20,4 kgfm a 1.750 rpm. A integração do sistema híbrido leve não altera esses números, mas proporciona uma melhoria significativa na eficiência energética, especialmente em trajetos urbanos, onde a regeneração de energia é mais frequente. Mas detalhe: o sistema de recuperação de energia, só atua em velocidade superiores a 22 km/h, para evitar trancos em arrancadas, por exemplo.
Mas na prática, no uso em condições reais, começaram a aparecer relatos de proprietários apontando que o sistema híbrido leve pode deixar de atuar de forma inesperada durante a condução. Essa situação, à primeira vista, gera preocupação quanto à confiabilidade do sistema, mas análises técnicas revelaram que esse comportamento está relacionado ao estado de carga da bateria de chumbo de 12 volts, que também é um componente essencial para o funcionamento adequado do BSG.

Observou-se que, se essa bateria apresentar um nível de carga (SOC) inferior a 80% da sua capacidade máxima, o sistema desativa automaticamente a atuação do BSG. Essa medida de segurança visa proteger os circuitos eletrônicos complexos, que poderiam se danificar ao trabalhar com carga insuficiente, ou seja, esse tipo de comportamento funciona como um mecanismo preventivo, programado pelos projetistas do sistema, e não como uma falha propriamente dita.
Esse tipo de condição, inclusive, é bem comum de ocorrer, em casos de uso em trajetos curtos, por vários dias seguidos, em que o tempo de recarga com o veículo em movimento, não é suficiente para manter a bateria do veículo acima dos 80% de sua capacidade.
Para resolver esse problema, a recomendação técnica é simples e direta: recarregar a bateria até atingir sua capacidade plena. Mas CUIDADO AQUI!!! NÃO vá sair fazendo o famoso "enxerto de bateria" ou usando qualquer tipo de carregador no seu carro, pois isso PODE CAUSAR DANOS IRREVERSÍVEIS e que NÃO SERÃO COBERTOS PELA GARANTIA da montadora. Dessa forma, esse tipo de recarga, deve ser feito apenas em concessionária, por técnicos especializados. Também é possível que, ao utilizar o veículo por um tempo e trajeto maiores, o nível de carga da bateria também atinga o mínimo exigido.

Assim sendo, o BSG deve retomar sua operação normalmente, contribuindo para o funcionamento eficiente do start-stop, para a regeneração de energia durante as frenagens e para o impulso de desempenho do motor elétrico em condições específicas.
Essa intervenção, embora básica, ressalta a importância de monitorar periodicamente o estado da bateria, que desempenha um papel crucial no sistema híbrido leve. No futuro, caso esses relatos se tornem muito frequentes, pode ser que o sistema passe por atualizações que permitam o funcionamento do BSG com uma menor capacidade de carga da bateria, desde que de forma segura para a durabilidade dos componentes eletrônicos.
Mas e você? Compraria um Fiat Pulse ou Fastback híbridos?
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