Grande parte dos motoristas estão procurando cada vez mais um veículo que não exija ficar trocando de marchas à todo momento, seja por conforto ou necessidade. Mas para garantir que este sistema será bem cuidado, aqui vão algumas dicas importantes de como dirigir um carro com câmbio automático de forma correta.
1 - Movendo a alavanca
Antes de sair com o veículo, você deve mover a alavanca para a posição D (drive, dirigir), saindo da posição P (parking, estacionar), e passando por N (neutro) e R (marcha à ré). Por segurança, ao mover para qualquer uma dessas posições, você deve pressionar o pedal do freio, ao mesmo tempo em que, em vários modelos de veículos, também deve ser pressionado um botão na parte traseira da alavanca, enquanto esta é movida.
Só assim, a sua trava será liberada, lembrando que, para as posições extras (D3, D2, D1, L, ou as posições de trocas manuais + ou -), não é necessário o acionamento do pedal de freio, ou do botão da alavanca.
2 - Posições e modos extras
São funções que você pode utilizar em situações ou condições especiais, como por exemplo:
D3: ou 3 O câmbio troca as marchas automaticamente, até a terceira, não ultrapassando esta, sendo indicado para descer trechos de serra em que seja necessário uma maior atuação do freio motor;
D2 ou 2: O câmbio troca as marchas automaticamente, até a segunda, não ultrapassando esta, sendo interessante para usar em circuito urbano com trânsito mais intenso;
D1 ou 1: O câmbio fica apenas em primeira marcha, para descidas muito íngremes, em baixa velocidade, quando não se deseja que seja engatado uma segunda marcha;
L: Modo de redução, em que as trocas de marchas acontecem em giro mais elevado, priorizando uma maior atuação do freio motor;
W: Modo neve (também simbolizado por um floco de neve), em que as arrancadas podem ser executadas em segunda marcha, para reduzir o escorregamento dos pneus;
S: Modo sport, em que o desempenho é prioridade, e o câmbio estica o máximo possível cada marcha, quando se acelera;
M: Modo manual, em que você decide quando deve ser engatada cada marcha (vários veículos mostram no quadro de instrumentos, qual marcha está engatada no momento, quando esse modo é ativado), sendo que existe uma programação para evitar o uso incorreto, como reduzir uma marcha com a velocidade muito elevada, por exemplo;
+ e -: Sobre uma marcha e reduzir uma marcha, respectivamente;
O/D: Modo overdrive, em que apenas a última marcha não é engatada, permitindo uma condução mais esportiva (para veículos que não possuem modo Sport, por exemplo).
3 - Kickdown
Em uma situação que você precise de potência máxima pra realizar uma ultrapassagem com segurança, e as condições da via permitirem, basta pisar o acelerador até o fim de seu curso, até sentir um "clique".
Dessa forma, o modo Kickdown será ativado, e o câmbio vai reduzir para a menor marcha possível para a velocidade atual, fazendo com que o motor suba a rotação para próximo da sua faixa máxima de potência.
Ao aliviar a pressão no pedal do acelerador, o câmbio sobe as marchas novamente, voltando à uma estratégia de funcionamento mais econômico.
4 - Função creeping
Em praticamente todos os veículos com câmbio automático (exceto alguns automatizados de embreagem simples) existe uma função que, simplesmente ao soltar o pedal do freio, o motor envia um pouco de potência para que o veículo comece a se mover, mesmo antes de acionar o pedal do acelerador.
Essa é uma forma de melhorar o controle e conforto em manobras de baixa velocidade, como uma baliza, por exemplo.
No entanto, em subidas mais íngremes, será necessário acionar o acelerador para enviar um pouco mais de força para as rodas, evitando que o veículo desça.
5 - Uso excessivo dos freios
A contrapartida do sistema de creeping, é que em um congestionamento, por exemplo, o veículo vai sempre tender a movimentar, sendo necessário ficar segurando os freios por mais tempo, causando um desgaste mais rápido, principalmente nas pastilhas.
Inclusive, não é incomum que as pastilhas de freio de um carro automático durem em torno da metade do tempo, comparadas com as mesmas usadas em um veículo de câmbio manual.
Para contornar isso, é importante adotar um modo de condução a deixar um espaço maior para o veículo da frente, aguardando um pouco mais para deixar seu veículo se movimentar, para que consiga soltar totalmente o pé do freio pela maior distância possível, o que já reduz consideravelmente o desgaste nessa situação.
6 - Neutro automático
Pensando nessa situação tão corriqueira das nossas grandes cidades, os fabricantes desenvolveram uma programação que, ao identificar que o veículo está parado por alguns segundos com a alavanca em D e o pé no freio, automaticamente o câmbio desengata a marcha e entra no modo neutro, ou ponto-morto.
Assim, evita que o motor fique forçando o câmbio nessas situações, e evita que você tenha que ficar passando a alavanca para a posição N, a cada parada um pouco mais longa.
Mas cuidado com alguns casos especiais, de veículos mais antigos que não contavam com esse sistema, como por exemplo, o Honda Fit de primeira geração, com câmbio CVT de embreagem simples.
Se ficar parado muito tempo com a alavanca em D ou em subidas de trânsito lento, o motor vai continuar enviando um pouco de força para o câmbio, através da embreagem, que também pode sofrer um desgaste prematuro.
7 - Pé esquerdo
Uma das vantagens de se ter um veículo automático é justamente descansar a perna esquerda, que é usada para acionar a embreagem de um carro manual.
Mas, para os mais experientes, o pé esquerdo pode ter utilidade, que é acionar os freios, uma vez que até o seu pedal, no carros automáticos, é mais largo que em um manual.
Isso pode dar mais conforto, de não ter que ficar deslocando o pé direito pra executar duas funções, e garantir ainda frenagem mais rápidas, caso necessário.
Mas cuidado, pois essa prática deve ser criada com segurança e tempo, ainda mais se você estiver vindo recentemente de um veículo com câmbio manual, provavelmente vai estar com uma menor sensibilidade para acionar o freio com o pé esquerdo.
8 - Forma correta de estacionar
Por mais que seja um veículo automático, não se pode parar para estacionar de qualquer maneira, sendo necessário respeitar uma ordem correta de ações para evitar um desgaste excessivo no sistema de trava parking do câmbio.
Sendo assim, ao parar o veículo:
Leve a alavanca até a posição N;
Acione o freio de estacionamento (freio de mão);
Solte o pedal do freio de serviço (freio de pé);
Leve a alavanca até a posição P;
Desligue o veículo.
Ao acionar o freio de estacionamento e soltar o freio de serviço, você vai garantir que o peso do veículo fique apoiado corretamente sobre os freios, e não sobre o câmbio, evitando aqueles trancos e estalos quando você for sair com o veículo novamente (bem comuns quando não se faz o procedimento correto para estacionar).
9 - Atenção aos alertas
Todo veículo com câmbio automático, possui um sistema de alerta, para o caso de algum problema ocorrer no sistema, como um superaquecimento, por exemplo.
Em alguns carros, essa luz pode acender primeiro na cor amarela para indicar um início de superaquecimento, sendo que, se você diminuir um pouco o ritmo da viagem, essa temperatura pode baixar para níveis aceitáveis.
No entanto, se essa luz mudar para a cor vermelha, é sinal que a temperatura chegou a níveis críticos, sendo recomendado a parada e desligamento imediato do veículo.
Alguns veículos podem apresentar informações extras no computador de bordo, de forma escrita, sendo necessário consultar o manual do proprietário.
10 - Nada de usar a "banguela"
Os maus hábitos antigos, deixamos no passado, então, nada de colocar o câmbio em N com o veículo em movimento, achando que vai economizar combustível.
Além de comprometer a sua segurança caso seja necessária uma parada de emergência, você também vai causar um estresse muito grande nessa transmissão, quando precisar colocar a alavanca em D, para voltar a acelerar.
BÔNUS - Manutenção preventiva
Tão importante quanto saber usar um câmbio automático de maneira correta, é também cuidar da sua manutenção preventiva, principalmente da troca de óleo e filtro na especificação e prazo corretos.
Cada fabricante recomenda um modelo de fluido, que varia de acordo com o tipo de transmissão (automática convencional, automatizada ou CVT), bem como a capacidade correta, para garantir ideal poder de lubrificação, pressurização hidráulica e troca térmica.
Dessa forma, jamais caia no papo de que "óleo de câmbio é vitalício", ou que "óleo é tudo igual", e faça as revisões necessárias, uma vez que o custo de reparo, caso um câmbio desse venha a quebrar, é muito maior que o de uma simples troca de óleo.
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